Retrospectiva Musical - A Adolescência parte II

Recentemente, reparei que a retrospectiva musical da minha vida ficou presa no princípio dos meus Teenage Years, acho que está na altura de dar seguimento à história musical da minha vida.

Falar da minha adolescência é sempre um pouco constrangedor, mas acho que é uma fase recheada de momentos constrangedores.

Sentimo-nos incompreendidos, como se ninguém falasse a nossa linguagem e não percebesse nada do que estamos a querer transmitir. Onde uma paixão não correspondida leva-nos a escrever poemas intragáveis, e juramos nunca mais gostar de alguém. Eu, pelo menos, achava que tinha o peso do mundo nos meus ombros.
Isto explicarei melhor noutro post, porque o texto estava a ficar muito comprido, e eu ainda não sou concorrente da Xanax!

Aos 12 anos o meu Pai decidiu pegar na família e ir viver para Macau. Se já é difícil a transição do ciclo para o Liceu , imaginem recomeçar tudo numa ilha ( que não é uma ilha) estranha, onde não conhecia ninguém. Um sítio  em que simples acto de respirar parecia tarefa árdua graças aos níveis de humidade. A palavra que uso para melhor descrever os meus 4 anos nesta Terra é sufocada, era como me sentia. 

E perdida no sudoeste asiático comecei a ouvir as bandas que mais me influenciaram. 

The Cure, The Smiths ( como eu me identificava com as letras do Morrissey  "I am human and I need to be loved just like everybody else does"), Joy Division, descobertos após os New Order, Pink Floyd ( mais uma influência do meu irmão).  Estas eram as bandas que tocavam nas nossas festas de liceu. Muito rodopiei eu ao som do Wall of the Moon dos Waterboys.... "close your eyes, breath slow, and we will begin!!"

Aos 13 anos li o livro sobre a Christiane F e fiquei a conhecer o lado menos sedutor das drogas, talvez isso me tenha safado de muita coisa . Se não sabem, em Macau, nos anos 80, bastava dar um pontapé numa pedra e saia de lá um saco de pó, isto era o que dizíamos em tom de brincadeira.

Aos 15 anos descobri que os anos 60 não se resumiam aos Beatles e aos  Rolling Stones. Havia um lado mais "sombrio" do Flower Power. Após ter lido um livro sobre Jim Morrisson, comecei a descobrir outras bandas, The Doors, Janis Joplin, Jimi Hendrix, Velvet Underground, Simon & Garfunkel,  Bob Dylan, etc. Uma altura em que acreditava em All you need is Love.**

Em 1989 descobri os Cowboy Junkies e a doce voz da Margo Timmins, graças ao tio da X.

E esta foi, resumidamente,  a minha adolescência em termos musicais. Existem artistas que ficaram, músicas que ainda me fazem bater o coração a mil à hora, outras que me fazem chorar.



** Hoje acredito em All you need is Love and an Ipod



Comentários

Mensagens populares deste blogue

Figurinhas ....

Telegrama emocional

“ Desrituais”