Num ápice...
Ontem fui ao meu primeiro convívio, pescaria & churrasco, com o Pessoal da Manutenção. Sendo Sábado o meu dia de descanso, não me apetecia nada estar na Marina às 6 da manhã e também tinha um ligeiro medo de enjoar de barco, decidi só ir ter com a equipa de praia.
A minha primeira peripécia foi tentar descobrir a Praia das Furnas, andei com o meu carrinho, acabado de sair da Oficina, por caminhos dignos de um jipe com tracção às 4 rodas, estive quase para desistir, mas mantive-me firme e hirta e lá descobri mais uma praia paradisíaca neste cantinho do Algarve.
Uma colega ao tentar descer do barquito que a trouxe a terra acabou por sofrer um acidente, uma onda traiçoeira impulsionou o bote para cima dela. Aquele som não engana ninguém, vi logo que algo tinha partido.
As pessoas começaram logo, à boa maneira do ser humano, a sufocar a moça,tentei mantê-la calma e alguém chamou o 112.
Resumindo a história, a rapariga foi para o hospital, as pessoas ficaram de volta do churrasco e da bica da cerveja, na falta de voluntários, ofereci-me mais tarde para ir ao hospital com a I., alguém tinha de ajudar com a logística do filho, ela não tem cá família, carro na marina, levar roupa e outro material ao hospital
A despreocupação de pessoas que já trabalham, e a conhecem, há mais tempo que eu fez-me muita impressão.
O mais incrível é que minutos antes o Sr. F, um homem do Norte, estava a desabafar comigo ( costumo ter este efeito sobre as pessoas, sentem-se à vontade comigo para contar todos os seus problemas e aflições) que não gostava de morar cá em baixo e que só não tinha voltado para cima por causa dos filhos, fazia-lhe muita impressão o facto de as pessoas aqui serem muito frias, distantes e nada unidas. Sei perfeitamente que não se pode generalizar, existem sempre excepções à regra e acredito que este tipo de comportamento é, em grande parte, justificado por questões culturais. Comunidades piscatórias que sempre viveram isoladas, vêem-se agora invadidas por turistas, nacionais e estrangeiros, é natural que desconfiem.
Mas testemunhei, naquela praia lindíssima, a concretização das palavras que tinham sido proferidas minutos antes.
Ou sou muito sensível ou existem pessoas que não têm a mínima noção do que é um sentimento. Ou sou muito impressionável ou algo está seriamente errado com esta situação.
E não consigo deixar de pensar como seria se fosse eu a partir a perna?
Por vezes são só precisos 5 minutos para a vida nos surpreender, virando tudo do avesso, mas também nos ajudam a compreender que nada somos sem os nossos amigos e a nossa família, voltando eu a pensar, mais uma vez, que aconteceria se fosse eu?
A minha primeira peripécia foi tentar descobrir a Praia das Furnas, andei com o meu carrinho, acabado de sair da Oficina, por caminhos dignos de um jipe com tracção às 4 rodas, estive quase para desistir, mas mantive-me firme e hirta e lá descobri mais uma praia paradisíaca neste cantinho do Algarve.
Uma colega ao tentar descer do barquito que a trouxe a terra acabou por sofrer um acidente, uma onda traiçoeira impulsionou o bote para cima dela. Aquele som não engana ninguém, vi logo que algo tinha partido.
As pessoas começaram logo, à boa maneira do ser humano, a sufocar a moça,tentei mantê-la calma e alguém chamou o 112.
Resumindo a história, a rapariga foi para o hospital, as pessoas ficaram de volta do churrasco e da bica da cerveja, na falta de voluntários, ofereci-me mais tarde para ir ao hospital com a I., alguém tinha de ajudar com a logística do filho, ela não tem cá família, carro na marina, levar roupa e outro material ao hospital
A despreocupação de pessoas que já trabalham, e a conhecem, há mais tempo que eu fez-me muita impressão.
O mais incrível é que minutos antes o Sr. F, um homem do Norte, estava a desabafar comigo ( costumo ter este efeito sobre as pessoas, sentem-se à vontade comigo para contar todos os seus problemas e aflições) que não gostava de morar cá em baixo e que só não tinha voltado para cima por causa dos filhos, fazia-lhe muita impressão o facto de as pessoas aqui serem muito frias, distantes e nada unidas. Sei perfeitamente que não se pode generalizar, existem sempre excepções à regra e acredito que este tipo de comportamento é, em grande parte, justificado por questões culturais. Comunidades piscatórias que sempre viveram isoladas, vêem-se agora invadidas por turistas, nacionais e estrangeiros, é natural que desconfiem.
Mas testemunhei, naquela praia lindíssima, a concretização das palavras que tinham sido proferidas minutos antes.
Ou sou muito sensível ou existem pessoas que não têm a mínima noção do que é um sentimento. Ou sou muito impressionável ou algo está seriamente errado com esta situação.
E não consigo deixar de pensar como seria se fosse eu a partir a perna?
Por vezes são só precisos 5 minutos para a vida nos surpreender, virando tudo do avesso, mas também nos ajudam a compreender que nada somos sem os nossos amigos e a nossa família, voltando eu a pensar, mais uma vez, que aconteceria se fosse eu?
Comentários
Enfim...
BEIJOOOOOOOOOOOO
A minha irmã foi sozinha estudar para lá e não se deu assim tão mal. Acho que é uma questão de aceitar as pessoas como são e esperar delas apenas o que elas estão disponiveis para dar!
E se é verdade que o algarvio típico desconfia muito dos "estrangeiros", já que se vêem invadidos todos os anos por bifes, camones e demais habitantes de portugal continental (e a gentinha que costuma ir lá para baixo!), também é certo que não deixam de ser pessoas... e eu prefiro um bocado de indiferença à curiosidade mórbida, dos telefonemas "preocupados" e visitas incómodas do tu-estás-bem-ai-que-estás-com-tão-mau-aspecto-quem-te-viu-e-quem-te-vê!
Desculpa ter-me alongado tanto...
beijinhos Maria, e boa sorte!
Beijinhos
Sadeek por acaso vejo que são um pouco assim, mas dou-me bem com eles. Enfim há-de o Mundo estar a acabar e eu a falar com todos, a minha grafelona não tem pause hehe.
Beijinhos
Med o que mais me incomoda aqui é o silêncio, o não fazer nada e muitas coisas mais. Sei que há pessoas que se dão melhor que outras, o meu próprio irmão também morou cá em baixo durante anos e agora não se consegue adaptar a Coimbra e quer voltar.... como costumam dizer, "Dá Deus nozes a quem não tem dentes" eheh
Ui agora que a moça foi operada e todas as coisas foram tratadas é que começa esse teatro todo.
Tu alonga-te o tempo que quiseres :).
Beijinhos
Madre Teresa isso implicava ser católica não? Eu nem batizada sou, sou uma herege hehe.
Beijinhos
Maria do Barlavento ( que muito vento tem)
Enfim, como a med diz, "isso há em todo o lado".
Não me queixo muito (pouco) do pessoal aqui de baixo... Mas realmente é engraçado notar que as pessoas com quem me dou ou dei melhor não são de cá realmente.
Nem me posso queixar muito, dou-me com todos, mas continuo a achar, e tal como disse no post por motivos de força maior, que as pessoas cá em baixo são mais desconfiadas.
Mas como costumam dizer C'est la vie.
Beijinhos