Eu de manhã vou a pé para o trabalho, um luxo nos dias que correm bem sei. A primeira coisa que faço é enfiar os pirolitos do mp3 nos ouvidos, a segunda é acender um cigarro. Qual não é o meu espanto quando o ipod cospe a música que vos deixo em baixo. A minha primeira reacção foi " Mas o que é que esta merda faz aqui?!?!" , depois lá me acalmei, lembrei-me que tinha sido de uma emissão de "ir à cueca", dos meus tempos de estrela de rádio virtual! Não sei se foi uma falta de lucidez, devido à hora matinal, ou se foi somente a minha disposição, mas a verdade é que dei por mim a dançar no meio da rua. Já não bastava a semelhança que tinha a um esquimó, aquilo era casacão, chapéu enfiado na cabeça e cachecol, só se via mesmo a pontinha do nariz! Só me vinha à cabeça a série Ally Macbeal onde esta música costumava ter muito tempo de antena. E lá fui eu toda lampeira Estrada de Benfica a fora a abanar o cú, os bracinhos e a pensar em coisas que deveriam estar esquecidas!...
E não é que deixei passar a data do aniversário deste blogue em branco!!! Sinceramente não pensei que passado um ano ainda estaria aqui a debitar as minhas bestialidades, mas a verdade é que os meus devaneios continuam. Não vou fazer nenhuma retrospectiva, nem falar sobre os motivos que me "inspiraram" e deram azo a que abrisse o meu cantinho, vou-me debruçar ( atenção que estou a falar metaforicamente) sobre as pessoas que ainda me continuam a visitar. No outro dia em conversa com o meu amigo Calvin falávamos sobre número de visitas. Ele abriu o tasco há uns meses, acho que posso tomar a liberdade de dizer que muito insisti para ele o fazer, o moço até tem jeito para a coisa,e já tem um número considerável de leitores assíduos, admito que parte de mim ficou um pouco invejosa de não ter um pénis, para além de urinar em pé traz outros benefícios. Passado 5 minutos o sentimento desvaneceu, tenho poucos mas muito bons leitores, e é graças a eles, em parte, que ainda continuo a e...
Uma coisa que acho engraçada (e que de engraçado não tem nada, é apenas uma expressão que uso desadequadamente. Como dizer " estás maluca ou quê", a uma pessoa que não está em plena posse da sua faculdade mental, sim já o fiz!) é a nossa capacidade de reconhecer na voz dos outros o vazio emocional provocado pela perda de uma pessoa muito próxima. Quase que arriscava afirmar que falamos um dialecto só nosso! Tornamo-nos cúmplices nos olhares e no silêncio, basta isso para nos compreendermos. Alguém dizia no outro dia que nem queria imaginar a dor que eu deveria sentir por ter perdido do meu Pai, e o mais engraçado é que aquilo que se sente é apenas um vazio, como que um vácuo na nossa alma. Posso afirmar que não sou a mesma e que parte de mim também se foi.
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