Lá em casa aos sábados comprava-se o Expresso, ou o Espesso como lhe chamava o meu pai, porque por vezes o conteúdo , mesmo bem espremido, era inversamente proporcional ao número de folhas que o jornal tinha. Cada um atacava vorazmente a sua parte. Eu, honestamente, pegava na revista , depois a crónica do Pedro Adão e Silva, sempre na expectativa que escrevesse sobre música como no seu blog ondas ou como falava no programa maravilhoso de rádio o “Quase famosos”. Mesmo durante o tempo em que o meu Pai esteve internado no hospital eu levava o jornal e nós lá distribuímos as secções e ficávamos a ler o silêncio, com o ocasional suspiro , e impropério, do meu Pai. O último que comprei foi no dia 16 de Janeiro, lembro-me como se fosse ontem, na véspera dos 46 anos de casados dos meus Pais. Ele morreria no dia 20 do mesmo mês. Hoje, pela primeira vez dessa data, comprei o jornal. Há rituais que nunca mais serão os mesmos.
Comentários
Eu não acredito no destino nem nessas coisas, mas estatisticamente a probabilidade de alguém interessante, inteligente e disponível encontrar outra pessoa é altamente elevada.... Não vem é quando se quer, é a única falha da equação. Mas há-de chegar :)
O que eu já me ri com esse teu desabafo! Quanto à senhora, mandas-me um email com todos os teus requisitos, e eu logo vejo se tenho alguma amiga solteira ( acho que tenho) que encaixe. É o máximo que posso fazer.
Beijocas
Era apenas um desabafo! Quando penso em colocar prateleiras e ter de ir às compras, era bom ter com quem partilhar.
O exemplo deste fim-de-semana. vinha com o carro atolado e lá tive eu de fazer tudo sozinha... ao fim ao cabo sou uma interesseira.
São estados de espírito, apenas isso! Ou foi o atraso mental do utente que apanhei lá no centro de saúde e me tirou completamente do sério!
Eu é que sou um chato e passei uma noite inteira a gritar isso em casa dos meus pais. A famelga já se estava a passar comigo.
Eu tenho o chato costume de me lembrar de uma cena de um filme e obrigar ou a minha família ou um grupo de amigos, ou a minha namorada da altura, a ouví-la repetidamente. Ou de uma música. E depois não paro. Ante-ontem foi o "boglio una donna!" do Fellini.
E Lady, eu acho que não. Se uma pessoa estiver disponível para conhecer gente nova, aparece sempre alguém interessante. POde mais tarde não ser aquilo. Mas gente interessante há por aí ao pontapé! Ou então sou eu que sou desinteressante... serã? Porra! E não é que é mesmo!
Acho que os problemas são de ambas as partes! Como diz o velho ditado " Men, can't live with them can't shoot them".
Quando ao deixares de pensar.... desejo-te sorte.
Desinteressantes somos todos e interessantes também, depende dos olhos que estão a ver.
Eu continuo a achar que todos, sem excepção, têm algo de interessante e único!
Voglio una donna para ti também.