Segundo as minhas contas faço parte da chamada Geração quinhentista, escapei, por uns anos, da designação rasca.
Acho incrível que muitos partidos políticos e algumas organizações agora se venham juntar à manifestação que vai ocorrer hoje. É uma mentalidade que se verifica em Portugal, o deixa ver se a coisa pega e depois se tiver sucesso vamos nos associar à causa.
Não tenho dúvidas que o início fosse puro, com isto quero dizer genuíno, sincero, inocente, mas com o escalar do movimento, e as várias associações a esta manifestação, perdeu-se, mais uma vez em Portugal, o objectivo principal desta demonstração.
Perdeu-se o "Todo" em benefício do "Eu".
No meu ideal de manifestação não haveria cartazes, gritos de revolta, cus arregaçados na cara de um qualquer ministro, porque acredito que a força reside em números (strength lies in numbers) . Sugeria que todos se sentassem no meio da rua em silêncio e pensassem no que poderiam fazer para mudar o rumo deste País, porque Portugal resume-se aos seus cidadãos, e eu não sou isenta de culpa.
E se houver
uma praça de gente madura
ninguém vem levantá-lo do chão
ninguém vem levantá-lo do chão
Vejam bem
que não há só gaivotas em terra
quando um homem
quando um homem se põe a pensar
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